sábado, 30 de novembro de 2013

Na época não existiam crachás...

Seguem dois tipos de identificação, em dois momentos diferentes. A carteira funcional da época em que ele atuou "em terra", ou seja, no escritório da Fronape, em Salvador, Bahia. Daí vem a sigla que aparece: ESBAH, onde ele trabalhou de 08/10/1964 a 25/11/69 e onde nós moramos.

Na mesma imagem, na parte de baixo, um cartão de identificação simples, com o endereço da Fronape, no bairro do Caju, aliás, onde há instalações da Petrobras até hoje. A carteira é da década de 70 e o cartão da década de 80.

Observem que a logomarca da Petrobras veio se modificando ao longo do tempo. É interessante analisar esses documentos pessoais, porém históricos. A Fronape foi criada em 25 de abril de 1950, antes da Petrobras, por um Decreto do Presidente Getúlio Vargas. Em 1952 ela ficou sob a jurisdição do Conselho Nacional do Petróleo. E após a criação da Petrobras, em 03/10/1953, ela passou a fazer parte da própria Petrobras.

Por isso, mesmo trabalhando na Fronape, a sua data de admissão na Petrobras aparece como sendo 21/10/1953. Provavelmente, foi o tempo para os trâmites de alteração de todo o corpo funcional da Fronape para a Petrobras.




Caderno de estudos e de registros

Este caderno contém anotações do meu pai do início da década de 50. Ele o acompanhava nas viagens, servindo tanto como anotações de estudo quanto de registros do próprio serviço.
Ao longo do cadernos, há um pouco de tudo: rascunho de cálculos, transcrição de textos de livros ou apostilas, registros de viagem, e até mesmo citações, poemas, textos de inspiração.
A primeira foto serve apenas para que você tenha uma idéia do tipo de caderno sobre o qual eu estou falando.

Caderno aberto









A segunda foto mostra um trecho do caderno, onde ele registrou informações sob o título "Como carregar um navio-tanque". Eu ainda entendo a letra dele, o que não é tarefa fácil, mas acredito que eu consigo isso porque ele me enviava muitas cartas enquanto estava viajando. Naquele tempo as cartas eram o nosso principal meio de comunicação. Mas vamos ao texto do caderno, só as primeiras linhas deste trecho que eu escolhi:
1º) Calc. o peso morto total (total Deadweight) com que o navio ficará depois de carregado, considerando o limite de calado de acordo com as convenções internacionais de "Load line".
Todos os navios trazem a sua escala de peso morto desenhada pelos construtores, na qual estão assinaladas as diversas linhas-limite de calado estabelecidas de acordo com a..." e por aí vai esta parte.



Este outro trecho ilustra um registro de viagem entre Rio de Janeiro e Puerto de la Cruz (Venezuela), com dados sobre o carregamento. Esta foi a viagem nº 5 do Navio-tanque Minas Gerais, construído na Holanda, em 1952. Nesta viagem ele partiu do Rio em 26/10/1953 e partiu de Puerto La Cruz em 13/11/1953, de volta ao Rio. As anotações registram a quantidade em toneladas de óleo e água. Por hoje é só.




segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Manual do Navegante

Entre os documentos e livros do meu pai, está o Manual do Navegante,  4ª edição, de 1955. Este livro escrito pelo Vice-Almirante Guilherme Ivens Ferraz, da Marinha de Portugal, apresenta um resumo sobre as "regras e preceitos da lide do mar". Sua primeira edição é de 1910.

Decidi fazer uma doação deste livro para uma biblioteca. Não sei ainda se o farei para a biblioteca da Petrobras, da Marinha ou para a Biblioteca Nacional.

Pela rápida pesquisa que eu fiz, não é um livro raro e está disponível em sebos e em algumas bibliotecas. De qualquer forma, considero mais adequado que este exemplar fique guardado em local próprio e disponível para pesquisadores interessados.

Aqui neste blog, deixo o registro da capa e da primeira página, onde consta a assinatura do seu antigo dono, o Comandante Veiga Mattos, que provavelmente utilizou este manual como uma fonte de estudo e consulta.

domingo, 24 de novembro de 2013

Construção do N/T Presidente Deodoro

Conforme eu escrevi em uma postagem anterior, meu pai acompanhou a construção, no Japão, do navio tanque Presidente Deodoro, da Fronape (Frota Nacional de Petroleiros).

A foto seguinte mostra uma das etapas da construção, com a colocação da chaminé. A foto está um pouco deteriorada por ação do tempo, mas é possível ver com clareza a operação.

Legenda original: A cábrea colocando a chaminé sobre o navio. 15/02/1960

Acidente

Em outubro de 1963, um acidente grave entre o navio tanque Presidente Deodoro e o navio de passageiros Ana Nery, afetou duramente a nossa família. Inquérito, imprensa, Tribunal Marítimo, enfim, os chamados ossos do ofício. A nota oficial da Fronape, reproduzida abaixo, ilustra o reconhecimento da empresa pelo trabalho do Comandante Eduardo Veiga de Mattos, ou simplesmente, Comandante Veiga Mattos, como o meu pai era conhecido profissionalmente. Destaco um trecho no qual a nota oficial afirma que ele é "considerado um dos melhores profissionais do quadro de comandantes da FRONAPE."

Nota ofical publicada no Jornal Correio da Manhã, em 17/10/1963


Começando

O blog não será cronológico, ou seja, vou colocar as informações conforme vou obtendo ou de acordo com a inspiração. Meu pai Eduardo Veiga de Mattos, morreu em 1994, com 72 anos, portanto ainda novo considerando a época. Deixou muitas informações, fotos, documentos, relacionados, principalmente, à sua atuação profissional como oficial da Marinha Mercante Brasileira, trabalhando por mais de 30 anos na Frota Nacional de Petroleiros (FRONAPE) da PETROBRAS. Aposentou-se como Capitão de Longo Curso.

Oriundo da empresa Lloyd Brasileiro, ele viu nascer em outubro de 1953, a Petrobras, que a partir dessa época incorporou a frota de petroleiros em que ele já trabalhava, até então ligada ao Conselho Nacional de Petróleo.

A primeira foto a ilustrar este blog, tirada em 19/03/1960, mostra o término de uma inspeção em um tanque de combustível do Navio Tanque Presidente Deodoro. Este navio foi construído no Japão, e meu pai foi o seu primeiro comandante, também responsável por acompanhar as obras de construção.
Legenda original: Inspeção de tanque. Saindo do tanque de óleo combustível nº 2. Tudo Ok.