quinta-feira, 2 de abril de 2015

Tempestade

Para os marítimos, enfrentar tempestades é parte integrante de seu trabalho.

A força das ondas e a resistência dos navios são fenômenos impressionantes e eu me lembro de alguns relatos do meu pai sobre esses enfrentamentos.

Encontrei esse assunto em uma de suas poesias que transcrevo a seguir, na qual ele enaltece a coragem dos homens do mar frente às tempestades. A poesia consta de um álbum de recortes do ano de 1971. Aliás, já mencionei o álbum neste blog, em março do ano passado.

Tempestade

O rugir da tormenta é qual de fera,
Os sêres fracos já se apavoraram,
Pelo terror que o ignoto gera
Aos que dos deuses desacreditaram

Alecto, Tisífone e Megera
Do mal as forças desencadearam,
E no fragor de vero fim de era,
Os elementos se descontrolaram;

E, no meio daquele escarcéu,
Que segue em seu afã destruidor,
O qual agita o mar, oculta o céu,

E turba totalmente o horizonte,
Prossegue o nauta firme e sem temor,
Qual fôra um novel Belerofonte.

Versão original, em álbum de poesias (1971).