sábado, 24 de maio de 2014

Voltando ao Manual do Navegante

Um dos livros utilizados nos estudos iniciais do Comandante Veiga Mattos, foi o Manual do Navegante - Regras e preceitos da lide do mar. Tratei deste Manual em novembro de 2013, neste blog. Resolvi voltar a ele, pois o seu capítulo inicial é dedicado ao tema da nomenclatura e descrição sumária de um navio.

Almte. Ivens Ferraz, autor do Manual
O que eu tenho em mãos, é a quarta edição, de janeiro de 1950, tornando interessante a forma de apresentação dessas definições. Considerem que foi escrito em Portugal, por um oficial da Marinha Portuguesa, o vice-almirante Guilherme Ivens Ferraz (1865-1956), cuja foto eu coloquei aqui ao lado.

Essa trasncrição de alguns itens desse capítulo, eu dedico aos marítimos e aos que se interessam pelas fotos, histórias e artigos que eu vou colocando neste blog. E imagino o meu pai lendo e fazendo as suas anotações, a partir deste livro, no início de sua carreira profissional.


PARTE I
NOÇÕES SOBRE O ESTUDO DO NAVIO

CAPÍTULO I
Nomenclatura e descrição sumária de um navio

Navio, barco ou embarcação. - Chama-se assim a todo o flutuador estável, estanque e resistente destinado a navegar no mar.

Casco. - É o invólucro exterior do navio e que o torna impermeável à água. Consta de fundo, encolamento e costado e da sua forma dependem em grande parte a velocidade e qualidade náuticas do navio.

Proa (Pr.) é a parte anterior do casco oposta à popa, em forma de cunha para cortar fàcilmente o mar. Popa (Pp.) é a parte posterior do navio.

Estibordo (EB) e Bombordo (BB) são, respectivamente, os bordos direito e esquerdo do navio, olhando para a proa.

Convés. - É o chão de qualquer pavimento. Às primeiras fiadas de madeira ou chapa do convés junto às amuradas, chama-se trincants.

Estiva, bailéu e porão. - O espaço interno do navio abaixo do último pavimento chama-se estiva ou porão de estiva. Ao fundo da estiva chama-se bailéu. À parte mais baixa da estiva, para onde correm as águas de infiltração, chama-se porão ou sentina.

Âncoras. - Ou ferros, são peças que, lançadas para o fundo do mar, servem para sustentar os navios presos nos ancoradouros. Os ferros estão ligados ao navio por correntes, amarras, constituídas por anéis de ferro chamados elos. O comprimento da amarra é de 120 braças, divididas em quarteladas de 15 braças cada, ligadas por manilhas.

Leme. - É o aparelho destinado ao governo do navio, colocado à popa encostado ao cadaste, e compõe-se de madre, porta e cachola.

Paióis. - Espaços onde se arrumam mantimentos e artigos necessários aos serviços de bordo (Paióis de carvão, Paiol da amarra, etc.).

Tanques. - Destinados ao transporte de combustível líquido, água doce, etc.

domingo, 4 de maio de 2014

Ao Comandante LUZ

Nas minhas pesquisas para este blog, fiz contato com o Comandante Luz (José Maria Martins da Luz), que também trabalhou na Frota Nacional de Petroleiros - FRONAPE, atuando como Capitão de Longo Curso.
E descobri um enorme acervo de fotos e filmes relacionados à marinha mercante brasileira. Com certeza, o maior acervo pessoal de um marítimo. O Comandante Luz, organizou de uma maneira inacreditável, uma quantidade enorme de informações desde a sua formação até hoje, incluindo momentos de trabalho e lazer, com a família e os colegas e amigos.

Portanto, ele é um daqueles que vibra com a profissão e com o seu legado. Na troca de mensagens ele me informou que teve um contato com o meu pai, Comandante Veiga Mattos, em fevereiro de 1980, ao render as férias do Imediato Dias, no navio Anápolis.

Bom, divulgo aqui o endereço no qual o Capitão LUZ armazena esse maravilhoso acervo, imperdível para todos aqueles que se interessam pela marinha mercante e pelos marítimos:

https://www.flickr.com/photos/cmt-luz/sets/

E para ilustrar, escolhi esta foto do Comandante Luz, no N/T Aratu, provavelmente piloto naquela época.